Por Rev. Manoel G. Delgado Jr.

E, depois de lançar fora o homem, Deus colocou querubins a leste do jardim do Éden e uma espada flamejante que se movia em todas as direções, para guardar o caminho da árvore da vida.  Gênesis 3:24 NAA                                                                                                                 

Três acontecimentos me levaram hoje à reflexão sobre a constante busca humana pela imortalidade. O primeiro foi uma conversa com a minha filha que, de férias, tem se divertido com a mais nova versão (ao menos para mim, pois estou ficando “cringe”) do jogo “The Sims”, um simulador de vida cotidiana da EA. Nesta versão que minha filha estava jogando, existe uma personagem chamada “Dona Morte” que eventualmente vem e leva os personagens. É difícil, disse ela, mas às vezes alguém consegue convencê-la a deixar o personagem no jogo por mais tempo. Veja que ao menos no jogo é possível driblar a “Dona morte”. Outro fato curioso foi compartilhado pelo meu irmão e amigo Álvaro, o qual me enviou uma matéria do portal da revista Exame, que registra o brilhantismo acadêmico de um garoto de apenas 11 anos e o seu objetivo ousado, a busca da imortalidade. Veja como o jornalista resume em poucas linhas a sua grandiosa ambição: “O holandês-belga Laurent Simons tem 11 anos de idade e não só é formado em Física, como também concluiu o bacharelado em um ano, em vez de três, e obteve a nota mais alta de sua classe na Universidade de Antuérpia. Chamado de ‘Einstein’ de sua geração, Simons sonha alto. Seu objetivo de pesquisa é nada mais do que tornar humanos imortais.”

O garoto realmente é esperto, eu comentei, mas a sua meta é simplesmente impossível! A imortalidade é uma aspiração humana muito antiga, ela existe desde a expulsão do Éden. Esta já era uma bênção dada pelo Criador, mas foi tragicamente perdida pelo pecado dos nossos primeiros pais, que almejaram por uma via proibida o lugar do próprio Deus. Quando aderimos a esta rebelião cósmica, fomos amaldiçoados com o fardo pesado de Adão, desfigurados de nossa origem celestial e perdemos o acesso à Árvore da Vida. Há uma lei do pecado e da morte operando nos homens e estes, por si mesmos, não conseguem alcançar a imortalidade. Apenas em Cristo encontramos a solução para a perda da vida eterna, nele temos perdão, graça e salvação. O preço da nossa redenção já foi pago, mas nós precisamos reconhecer a nossa falência completa, para que a nossa dívida seja quitada pelo próprio Criador, através de Jesus Cristo. Como bem disse o apóstolo Paulo: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.”

Oremos ao Senhor. Senhor Deus, confessamos a nossa total falência. Somos herdeiros do fardo pesado de Adão e forçosamente reconhecemos que existe uma lei do pecado e da morte que opera neste mundo e em nós, e que por nosso esforço pessoal é impossível ter progresso permanente. A imortalidade não pode ser alcançada pela via terrena, e para nós é impossível contornar a morte. O caminho da Árvore da Vida foi perdido, mas graças te damos, pois, em Cristo, somos resgatados desta terrível lei do pecado e da morte. Tenha misericórdia de nós, pois Tu és o nosso advogado, sacerdote e justificador. Tua morte foi a nossa propiciação e, através dela, o caminho para o Santo lugar foi reaberto para sempre. Amém!

Nota. Esta reflexão faz parte do devocional diário Palavra de Esperança.

*Rev. Manoel G. Delgado Jr. É teólogo, doutorando em Ministério e Diretor do IBAA.